segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pré-venda de Citadels em português

Mais uma vez a Galápagos jogos chega com boas novidades para a galera gamer. O jogo da vez é o Citadels, clássico card game da Fantasy Fligh Games.

Começou a pré-venda da edição totalmente em português do jogo, e você pode comprar a sua cópia clicando aqui, por R$ 74,90, e com frete grátis! Apesar de ter um tempinho que não jogo ele, acho um jogo muito divertido e saber a noticia me deu até uma vontade de voltar a jogá-lo.


Os compoenentes da edição da FFG. Como sempre, de altíssima qualidade. (Em tese, os da Galágos serão os mesmos, visto que a fabricação dos componentes será feita pela FFG).

O jogo foi lançado em 2000, e é um dos grandes jogos internacionais, tendo sido traduzido para mais de 20 línguas diferentes. O jogo encontra-se hoje em 22º lugar no ranking da categoria Family Games (ranking dos jogos mais lights) no BGG, com mais de 23.000 avaliações (isso mesmo, vinte e três mil!). Vale lembrar que o BGG é a maior rede social de jogos de tabuleiro do mundo, e possui mais de 65.000 jogos cadastrados. Destes, quase 1.200 estão na categoria de Family Games, e o 22º lugar é uma posição considerável.

No jogo, cada jogador lidera uma cidade, e tenta fazê-la prosperar construindo distritos. No fim do jogo, o jogador com a soma de distritos mais valiosa ganha o jogo.


Exemplos de distritos do jogo (Imagem da versão americana).

A mecânica do jogo consiste de seleção secreta de papeis, e o foco do jogo são as intrigas. Todo turno, cada jogador seleciona um papel para representar, dentre 9 disponíveis, como o Rei, o Assassino, o Ladrão, o Arquiteto, etc. Após cada jogador escolher seu papel, sem que nenhum jogador saiba qual papel foi escolhido pelos outros, os jogadores realizam suas ações na ordem dos papeis escolhidos.

Na ordem de jogo, as habilidades são:

  • O Assassino tem o direito de Escolher um outro personagem (papel) para assassinar, sem saber quem (se é que alguém) escolheu aquele personagem;
  • O Ladrão, também sem ter muita pista, a não ser a cara/ações/tiques nervosos dos outros jogadores, escolhe um personagem para roubar. O jogador que escolheu o ladrão roubará todo o ouro do jogador que tiver escolhido o personagem roubado;
  • O Mago troca cartas com outro jogador;
  • O Rei ganha o direito de ser o primeiro a escolher papeis na próxima rodada, e ganha ouro por Distritos de Nobreza;
  • O Bispo é imune ao Guerreiro, e recebe ouro por distritos religiosos;
  • O Mercador recebe uma moeda de ouro extra, além de mais moedas por distritos de Mercado (esse é quase sempre morto ou roubado =P);
  • O arquiteto recebe cartas de distrito extras, além de poder construir mais distritos do que os outros personagens num mesmo turno;
  • O Guerreiro destrói distritos de outros jogadores, e recebe ouro por distritos militares;

Os personagens do jogo básicos. Além deles, existem 10 personagens extras, que podem ser adicionados ou entrarem no lugar de um dos básicos. (Imagem da versão americana)

Além das habilidades, cada personagem recebe uma quantidade de ouro ou distritos padrão quando chega a sua vez (se não tiver sido assassinado), e poderá ainda construir distritos com o ouro que possuir, tentando fazer a maior quantidade de pontos possíveis com os distritos mais valiosos.

O mais legal do jogo, é que além desses personagens, o jogo possui um set alternativo de personagens para ser jogado, que aumenta a re-jogabilidade, apesar de eu achar um pouco mais caótico.

O jogo é fácil de aprender e tem bastante interação entre os jogadores, o que o torna muito legal pra jogar com uma galera mais light gamer. Além disso, as partidas são rápidas, durando menos de 10 minutos por jogador na partida. Para 4 jogadores por exemplo, a partida dura cerca de 30 minutos, e para 7 jogadores, não mais do que 45.

Se você ficou curioso com o jogo, mais ainda não está certo se compra ou não, você pode baixar o manual oficial da edição da Galápagos, totalmente em português, clicando aqui.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Que mundo é esse? Parte 2 - Os encontros lúdicos.

Como falei na postagem anterior, para alguns, os jogos de tabuleiro são uma filosofia de vida, onde você deixa de ir num churrasco para passar uma tarde jogando. Parece loucura, eu sei. Talvez "cosia de nerd!" seja a frase menos hostil que se passe na cabeça de algumas pessoas que me ouvem dizendo ou leem isso.

Assim como em outros hobbies, os encontros lúdicos unem a galera que tem esse prazer em comum: passar a tarde jogando um bom board game (ou mais de um =). Em muitos estados e cidades do Brasil existem os encontros lúdicos locais, onde os amantes de jogos de tabuleiro se encontram, cada um levando seus jogos favoritos, e muitas vezes acompanhados de seus filhos ou cônjuges.

A lista de jogos de tabuleiro é imensa. O atual acervo do BGG conta com precisamente 65.372 jogos de tabuleiro cadastrados, e a cada ano eu chutaria que pelo menos 100 jogos novos entram no acervo. E é possível encontrar todo tipo de jogo, desde jogos infantis, simples e de temas mais leves, até os mais complexos com temas mais hardcore, passando por todos os temas possíveis, e com todos os estilos de jogo imagináveis. Imagine algo que você gosta, seja fórmula 1, futebol, economia, invasões hackers, batalhas medievais, suspense, investigação, engenharia, ficção científica, ou qualquer outro assunto/tema/estilo, qualquer coisa, seja de que área do conhecimento for, e eu lhe garanto que existe pelo menos um board game sobre esse tema. Os temas de board games são os mais variados possíveis, e tenho certeza que qualquer pessoa vai encontrar pelo menos um jogo que lhe interesse.


Um pequenos encontro lúdico no QG da Távola

Os encontros são sempre carregados de risadas, muita diversão, e às vezes muita tensão. Dependendo do jogo, simplesmente esquecemos de comer ou de beber por horas, até que a partida termina e percebemos o quão vazia está a barriga. Acredite, essa sensação só serve pra nos mostrar o quanto estava boa a partida. =)

O público de jogos de tabuleiro da minha cidade ainda é muito pequeno, mas mesmo assim ao menos uma vez por mês realizamos um encontros lúdicos, nem que sejamos apenas 4 ou mesmo 3 jogadores, e é sempre muito divertido. Na nossa página no Facebook é possível ver algumas fotos de alguns desses encontros.

Indo um pouco além dos pequenos encontros lúdicos, temos os grande encontros em lugares públicos, a exemplo do Castelo das Peças, evento aqui do Rio que reúne mensalmente um número considerável de jogadores, todos com o mesmo objetivo: passar um sábado único jogando os mais diversos jogos. Nesses eventos é possível conhecer muitas pessoas e jogos novos, além aliviar o stress com uma boa dose de diversão.


Encontro de jogos no Rio de Janeiro (O Castelo da Peças)

Existem ainda os bares lúdicos. O mais famoso bar lúdico brasileiro é a Ludus Luderia. Nesse tipo de bar, o couvert é diferente: você paga a parte por comida e bebida, mas a casa possui um cardápio extra, que é o cardápio de jogos. Você paga uma taxa fixa de couvert lúdico, e tem o direito de jogar o quanto quiser, os jogos que quiser e pelo tempo que quiser, como se fosse um "rodízio de jogos".

Não saber as regras não é problema. Nesses bares lúdicos, os garçons, além de servirem as comidas e bebias, ensinam as regras pra quem ainda não souber jogar o jogo escolhido. Alguns desses bares funcionam no horário noturno, e até virando à noite, sendo ótima opção de "balada" alternativa pra galera que prefere exercitar a mente.


A galera comendo e jogando na Ludus Luderia, em São Paulo

Ainda não temos um bar nesse estilo no Rio, apenas em São Paulo, em Brasilia e talvez mais alguns não tão famosos em outros estados, mas acho que o sonho de 80% dos board gamers seria abrir um em sua cidade. Será que um dia chego lá? =P

terça-feira, 2 de julho de 2013

Comparação: Battles of Westeros e Battlelore

Eu estava devendo uma comparação entre esses jogos a um amigo de jogatinas, o Igor, que há um tempo vem tentando comprar o Battlelore. Porém, como o jogo está fora de catálogo, mesmo cópias usadas estão custando absurdamente caro. O Battles of Westeros, em tese, é o jogo que tomou o lugar do Battlelore na produtora que comprou os direitos autorais do jogo. E ai, será que é melhor, pior, ou indiferente?

Componentes:

Os componentes de ambos são de ótima qualidade. Uma ou outra diferença, mas nada relevante. Miniaturas detalhadíssimas, cartas com gramatura muito boa, arte muito bem feita e mapa de papelão bem resistente em ambos.


Infantaria Stark - Battles of Westeros

Níveis de Sorte, Tática e Estratégia:

No Battlelore os dados tem 6 lados, cada lado com um símbolo diferente. Já no Battles of Westeros os dados possuem 8 faces, sendo 3 delas "Escudo Verde", 2 delas "Escudo Azul", 1 delas "Escudo Vermelho" (as outras são irrelevantes para o tópico). Estatisticamente falando, isso reduz a sorte dos acertos razoavelmente, e aumenta a profundidade tática do jogo.

Com relação às cartas de Ordens, no Battlelore cada lado possui um deck com algo em torno de 50 cartas de Ordens. Isso causa imprevisibilidade nas ordens do jogo, e uma puxada azarada de cartas pode definir a derrota ou a vitória. Por outro lado, saber gerenciar sua mão é um dos grande fatores estratégicos do Battlelore.


Overview do setup - Battlelore (Foto retirada do BGG)



Overview do setup - Battles of Westeros

O Battlelore conta ainda com cartas de Poderes Especiais,dependendo do lider que você escolher pro seu exército, e que são de uso opcionais nas partidas. Esse é o ponto que quebra o jogo pra mim: As cartas são extremamente desbalanceadas, e tirar uma carta boa define o vencedor da partida.

No Battles of Westeros, cada lado possui 10 cartas básicas de Ordens, além de cinco cartas adicionais para cada comandante da sua casa que está em jogo (a quantidade de comandantes varia de cenário pra cenário). Em geral os jogadores recebem, cada um, um deck com 20 a 30 cartas. Esse fator reduz a imprevisibilidade das ordens. Novamente, menos sorte e mais tática no Battles of Westeros, e ao mesmo tempo, um pouco menos de estratégia de gerenciamento de cartas (apesar de ainda ter um pouco).


Cavalarias Stark e Lannister - Battles of Westeros

Diferenças básicas na jogabilidade:

Battlelore:
- A maioria das cartas do Battlelore indica um ou mais setores do mapa, e você deve mover a quantidade de unidades apontada pela carta no setor que a carta referenciar (esquerda, centro ou direita).
- O Rank (nível) das unidades só define a quantidade de dados de ataque da mesma.
- Possui um sistemas de Lore (espécie de mana), que os jogadores coletam para utilizar magias.
- 99% dos cenários tem como objetivo destruir um número X de unidades inimigas para ganhar.
- As unidades sempre atacam com a mesma quantidade de dados, que depende do seu Rank.

Battles of Westeros
- As cartas de ordem devem ser jogadas em um dos seus comandantes em jogo. Apenas unidades que estiverem sobre o comando daquele comandante poderão ser ordenadas.
- O Rank (nível) das unidades define a quantidade de dados de ataque, bem como a capacidade de defesa da unidade.
- Utiliza um sistema de "Moral", onde o exército com moral baixa pode sofrer alguns efeitos negativos, e os de moral alta podem receber bônus, dependendo das cartas de ordem jogadas e das habilidades dos comandantes em jogo. O jogo pode inclusive terminar com vitória de um dos dois exércitos caso a moral do outro caia para o nível mínimo.
- Cada cenário possui uma forma de ganhar diferente, não se limitando apenas a matar X unidades inimigas como no Battlelore.
- A quantidade de dados que uma unidade usa depende do seu Rank e da quantidade de figuras. Unidades enfraquecidas atacam com menos dados.
- Todas as características e habilidades especiais das unidades existentes no Battlelores foram mantidas, e algumas novas foram adicionadas.
- As regras de recuo foram melhoradas em relação ao Battlelore. Jogadores experientes utilizavam alguns exploits das regras de recuo do Battlelore e ganhavam com facilidade de jogadores mais novatos.


As unidades do Battlelore (Foto retirada do BGG)

Com relação ao tema, O Battlelore é um mundo de fantasia genérico (não que isso seja ruim), e as cartas de magia dão o charme pra quem curte soltar uma Fireball, abrir uma cratera e matar algumas unidades com um meteoro conjurado, ou teleportar unidades no mapa. Essa parte do tema agrada muitos jogadores que tem mais imaginação, por fazer parte da história que você cria enquanto joga. O único problema pra mim é que, apesar de divertidas e com efeitos temáticos muito legais, essas cartas são desbalanceadas.

Já o Westeros tem a apelação do Game of Thrones, que foi bem implementado, com o comandantes sendo parte fundamental nas suas decisões do jogo. Saber posicioná-los e usar as habilidades deles na hora certa faz toda a diferença. As habilidades dos comandantes também podem ser um pouco desbalanceadas, mas não achei nenhuma gritantemente desbalanceada como eu lembro de serem algumas cartas de magia do Battlelore.


Cartas de Ordens e Lore ("magia") - Battlelore (Foto retirada do BGG)



Exemplos de Comandantes - Battles of Westeros

No geral, acho que os dois jogos tem seu valor. O Westeros é mais completo em termos de regras, mais "redondo", e também tem mais opções táticas, tornando a rejogabilidade maior. Eu achei que as mudanças nas regras tornaram o jogo melhor, com menos sorte envolvida, e com um balanceamento um pouco melhor nos mapas. Por outro lado, o Battlelore tem o gostinho da mecânica Hand Management, que é uma mecânica mais estratégica.

No fim, eu não compraria o Battlelore pelo preço atual podendo comprar o Westeros por metade desse preço. Mesmo que seja o caso de você preferir a presença um pouco maior de Hand Management, em outras questões o Westeros está bem melhor em relação ao seu antecessor. Mas claro, gosto é gosto, e pelo BGG você ainda acha os fãs de Battlelore que se negam a jogar Westeros, bem como vice-versa.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Pré-Venda: Zomicide no Brasil!

Começa à meia noite de hoje para amanhã (25 para 26 de junho) a pré-venda da edição nacional do Zombicide, campeão internacional de vendas!

A edição nacional está sendo publicada pela Galápagos Jogos, que já trouxe para o Brasil outros jogos internacionalmente famosos, como o Summoner Wars e o A Game of Thrones Card Game, e tem mantido a qualidade dos jogos em um nível muito bom.

Pra quem não conhece o jogo, é possível ler um review que fiz dele clicando aqui. É um jogo interessante, ao mesmo tempo tático e com um toque de humor pra descontrair. A temática de zumbis está em alta, e o jogo tem grandes chances de agradar o pessoal que curte o tema.


Que tal rasgar um zumbi com uma serra elétrica? "Let's make some noise!!"

O jogo é recomendado pra toda a galera, dos gamers hardcore à galerinha mais light. As regras são simples, mas bem desenhadas; o jogo flui muito bem, e todo mundo participa o tempo todo. Considerando que é um jogo cooperativo, o nível de dificuldade é médio, com algumas fases rápidas e fáceis, outras um pouco mais difíceis, mas nada impossível ao ponto de acabar com a diversão dos não gamers.


Componentes extras a serem sorteados entre os compradores das primeiras 500 cópias

Para acessar o site da produtora nacional do jogo e fazer sua pré-ordem, clique aqui. Vale ressaltar que o jogo na pré-venda estará sendo vendido com desconto de R$50 (R$199,90 na pré-venda, R$249,90 após a pré-venda), e esse desconto só será válido até o dia 10 de julho. Além disso, as primeiras 500 compras vão concorrer a um personagem extra para o jogo, e dados que brilham no escuro. Se estava na dúvida de qual presente dar pro seu amigo Nerd, problema resolvido! =)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Que mundo é esse? Parte 1 - O que é um jogo de tabuleiro "moderno"?

O conceito de "jogo de tabuleiro moderno" é um pouco difícil de se explicar, mas vou tentar da maneira mais simples o possível.

Basicamente são jogos com conceitos "inovadores". Jogos considerados não modernos, em geral, possuem regras simplistas, um leque de mecânicas de jogo muito pequeno, e uma tomada de decisões baixa ou nula. Por exemplo, no Jogo da Vida, os jogadores apenas rolam um dado (ou giram uma roleta com números, dependendo da edição), movem seu peão aquela quantidade de casas, e resolvem o que estiver escrito nesta casa. Não há tomada de decisões nenhuma, não há outra opção de o que fazer durante o jogo. Rode a roleta; ande; resolva; repita, tudo baseado na sorte e com uma mecânica extremamente enjoativa e algorítmica.

Como disse anteriormente, é difícil explicar com precisão, mas eu sinto que estou jogando um jogo moderno quando um jogo me apresenta opções de tomada de decisões mais profundas, onde a melhor estratégia/tática define o vencedor, e algo além de ficar 100% dependente dos dados para uma ação dar certo ou não (como no caso de jogos como o War).

Com implementação de mecânicas inovadores, que aproximam uma experiência de jogo da realidade de um tema, num jogo moderno como o A Game of Thrones: The Board Game, o jogador se sente mais como um general das suas unidades, com muito mais escolhas de ações possíveis, e um profundidade estratégica e tática muito maior. Ao invés de somente mover unidades e atacar, você tem as opções de suportar combates, investir em formações defensivas, fazer saques nas áreas vizinhas, ou prosperar seu poder, para poder alcançar melhores posições políticas no jogo. Qual dessas ações utilizar, e em quais momentos?


As diferentes ordens de A Game of Thrones: the Board Game.



Os dados definem os vários tipos de ações em War of the Ring, mas ainda assim, cada face do dado dá ao jogador até 4 opções diferentes de ações a serem tomadas, e nenhum simbolo tem o mesmo efeito de outro.

Algumas características geralmente citadas como integradas em um jogo para que ele seja considerado moderno, são:

  • O Foco deixa de ser a eliminação de jogadores, e ao invés disso, em algum ponto do jogo (número de turnos) ou por alguma condição (quando terminar um determinado recurso, por exemplo) o jogo termina imediatamente, e os jogadores calculam o seu sucesso, geralmente determinado por sub-objetivos dentro do objetivo principal, como número de tecnologias, produção de recursos ou resolução de agendas(metas).
  • Interação entre jogadores, às vezes dentro do jogo (como em combates), às vezes no meta jogo, que é um termo utilizado para as ações fora do jogo que influenciam nas ações dentro dele. Incluem-se no meta-jogo os pactos de paz, as negociações estratégicas, a tentativa de convencer um jogador a atacar outro e as piadas de jogo. E mesmo em jogos que não envolvam conflito ou mesmo negociações diretas, o meta-game é sempre muito presente em jogos modernos.
  • A lista de opções de ações nos jogos modernos é maior, possibilitando diferentes estratégias e táticas a serem seguidas. Em alguns jogos isso se reflete em múltiplas maneiras de vencer. No Sid Meier's Civilization: The Board Game por exemplo, você pode ganhar sendo o primeiro a eliminar um adversário, sendo o primeiro a pesquisar a tecnologia de exploração Espacial, sendo o primeiro a alcançar o nível cultural máximo, ou ainda, sendo o primeiro a alcançar o nível financeiro máximo. Em outros jogos, essa lista de opções pode se refletir em maneiras complementares de pontuar seu avanço no jogo. Por exemplo no Dungeon Petz, você marca pontos conforme evolui seu Pet Shop, e esses pontos podem ser adquiridos de várias formas possíveis, como comprando mais jaulas para seus animais, aumentando seu estoque de artefatos ou comprando mais animais. Ao fim do jogo, essas informações (a mais algumas) são todas levadas em consideração para pontuar o Pet Shop com a melhor reputação, e os caminhos para a vitória são os mais variados.

Em Nexus Ops, cada unidade tem um movimento, uma força de ataque, uma habilidade especial e um custo diferente. A decisão de quais unidades recruta é extremamente tática.

Os jogos modernos tendem a não se limitar numa experiência de "passar o tempo", se voltando um pouco mais para a experiência de um evento. Não é algo que você faz quando vai pra sua casa de praia, começa a chover, e não tem mais nada pra fazer. É algo que você desmarca a viagem que ia fazer pra casa de praia para passar o fim de semana jogando... Ok, eu admito, não é tão exagerado, mas a dedicação necessária é um pouco maior do que um jogo casual, pois as regras são geralmente maiores, e as partidas, mais longas, mas ainda assim, nada absurdo que você tenha que largar seus outros hobbies para fazer. =)


Twilight Imperium 3: aproximadamente 100 páginas de regra e 10 horas de jogo. Exige dedicação, mas não há jogo que se compare (nem mesmo eletrônico =P)!

Claro que existem muitos jogos modernos mais lights e rápidos, geralmente chamados de Fillers, geralmente jogados entre os jogos mais pesados. Mas mesmo esse Fillers ainda proporcionam uma sensação de escolha bem maior do que alguns clássicos às vezes até mais complexos, mas totalmente algoritimados. Um ótimo exemplo de Filler muito bacana é o Bang!, onde o Sheriff e seus ajudantes enfrentam Foras-da-Lei e Renegados num cenário de faroeste, num jogo rápido, mas com muita interação direta e indireta entre os jogadores. Além de muito bom como jogo, é ótimo pra fazer a galera rir.

Além de todas as características citadas, pra mim a mais importante de todas nos jogos de tabuleiro é a infinidade de possibilidades. Em jogos modernos existem regras para todos os gostos, os temas mais variados, uma infinidade de mecânicas, e cada partida é uma experiência totalmente diferente das outras, mesmo partidas de um mesmo jogo. Alguma vezes, é possível criar histórias às vezes tão ou mais interessantes do que nos livros mais épicos. Em um livro, a história está contada, e você só descobre o que acontece. Em um jogo de tabuleiro, suas escolhas e atitudes influenciam o rumo da história, que será criada em tempo real por você e seus amigos, e cada partida será uma história diferente. Não há experiência melhor.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Resumo da Semana

08/06/1013 a 15/06/2013

Na semana passada, jogamos mais do que tive tempo de postar, então ai vai um resumo de tudo que rolou na Távola nesse intervalo. =)

Twilight Struggle foi estreado, e inclusive jogado uma segunda vez. Atualmente o jogo está em primeiro lugar do ranking do BGG. Isso não reflete exatamente a opinião de todos, mas dá um bom indício de que o jogo é um dos melhores jogos já criados.

Nesse jogo, especificamente desenhado para 2 jogadores, o tema é a disputa entre Estados Unidos e Rússia durante a Guerra Fria. O conceito histórico do jogo foi bastante explorado, com diferentes eventos da Guerra presentes o tempo todo durante o jogo. É um jogo basicamente controlado por cartas, todas com algum evento histórico por trás de seus efeitos. Ótima pedida pra quem se amarra no tema.


Algumas cartas do Twilight Struggle.

No War of the Ring, as grandes batalhas de Senhor dos Anéis foram recontadas. Tinha muito tempo que não colocávamos esse jogo na mesa, e re-jogá-lo deu vontade de jogar de novo e ainda mais uma vez. Foram três partidas, em dias diferentes, do cenário das Batalhas de Rohan, com os exércitos de Orthanc, comandados por Saruman, invadindo as fortalezas de Edores e Hornburg, enquanto os Povos Livres contam com a ajuda de Gandalf, Aragorn, Éomer, Théoden e Théodred, para tentarem se defender dos constantes ataques das Sombras até que os Ents invadam e destruam Orthanc. Jogasso em todos os sentidos!


Memso em menor número, os Warg Riders não temem os cavaleiros de Rohan.

Space Hulk: Death Angel se mostrou mais uma vez um jogo cooperativo muito difícil. Três partidas seguidas, invadindo o Hulk com diferentes equipes de space marines em cada partida, e em nenhuma delas conseguimos completar o objetivo final. Derrota dos marines nas três tentativas.


"Activate that door, I'll support you!!" - Librarian Menelauis, poucos segundos antes de morrer...

O Blood Bowl fez parte das jogatinas da semana, e você pode ler aqui o Session Report que fiz sobre a partida.

Numa semana cheia de épicos, apareceu o pequeno, porém igualmente bom, Agricola: All Creatures Big and Small, e dessa vez jogamos com as regras certas =P. Esse jogo gera um certo preconceito entre a galera que não conhece, que logo faz referências diretas aos joguinhos de fazenda em Flash das redes sociais. Não se enganem, é um jogo nada infantil, num esquema de puzzle de cadeia de ações, onde cada jogador tenta realizar a melhor sequência de escolhas, sempre com o risco do seu oponente bloquear a opção que você mais precisava pra fazer a sequência perfeita. Apesar das regras simples, o jogo é um brain burner muito bom, com um AP (termo utilizado para quando um jogador demora muito tempo pensando em sua ação) mais alto do que a média dos jogos, inclusive outros bem maiores e com cara de mais pesados que ele.


Um pequeno grande jogo.

Ainda no clima dos jogos pequenos-mas-não-menos-bons, o Neuroshima Hex fez presença. Jogo aparentemente simples, onde temos que posicionar nossas unidades num mapa minúsculo, da melhor maneira possível, com o objetivo de atacar a base inimiga e proteger a nossa. É difícil explicar o quão bom o jogo é com uma jogabilidade tão simples: compre 3 unidades/ações, jogue uma fora, use as 2 que restaram, passe a vez. A partida é rápida, entre 30 e 45 minutos, mas o jogo é digno de ser jogado várias vezes seguidas, pois o gameplay é fantástico e muito tático.


Visão do mapa do Neuroshima Hex durante o combate

Recomendo fortemente o download da versão digital do Neuroshima Hex para Android ou IOS, por não mais do que R$7 no Android, e U$7 no IOS. Vale a pena, o jogo é muito bom, e a implementação digital dele está muito bem feita. Só na versão digital já devo ter jogado umas 50 partidas.=)

Ainda essa semana vou tentar rolar alguns reviews de alguns desses jogos com mais detalhes, não deixe de voltar para saber mais!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Board games para IOS/Android

Como todo bom viciado, sempre que sobra um tempinho eu quero jogar um jogo de tabuleiro qualquer que seja. Alguma pessoas gostam mais dos jogos eletrônicos Real Time nesses momentos, mas se você for como eu, amante de jogos Turn Based, segue algumas dicas das melhores implementações de jogos de tabuleiro para seu iPad/iPhone/Tablet/Smartphone.

Exitem outras implementações de jogos de tabuleiro para IOS e Android além dessa lista, aqui estão apenas os que eu baixei, joguei, e que achei válidos recomendar. Coloquei-os em ordem dos que mais gostei para os "menos melhores". =P

Os links vão direto para a página do jogo no iTunes ou Google play.

IOS:
1 - Small World
2 - Eclipse
3 - Ticket to Ride
4 - Neuroshima Hex
5 - Kingsburg
6 - Puerto Rico
7 - Stone Age
8 - Battle for Hill 218
9 - Alien Frontiers
10 - Hey, That's My Fish!
11 - Agricola
12 - Tikal
13 - Cyclades
14 - Catan
15 - Ra
16 - Kingdom Builder
17 - Caylus
18 - Bang!
19 - Carcassonne


Neuroshima Hex no iPad

Andoid:
1 - Neuroshima Hex
2 - Hey, That's My Fish!
3 - Quarto (Grátis)
4 - Elder Sign
5 - Catan
6 - Carcassonne
7 - Catan Dice Game (Gratuito)
8 - Pyrates and Traders (Grátis)

A maioria custa menos de R$10, e destaquei os gratuitos. Para mais detalhes de como é cada jogo, basta procurar pelo nome do jogo no Board Game Geek. Futuramente pretendo fazer reviews das versões digitais de jogos de tabuleiro nessa Tag, então fiquem ligados, e divirtam-se!